Onde estão seus pés agora?
Um lembrete simples para trazer sua atenção de volta para o que importa
Eu fiquei chocado quando soube que saudade é uma palavra que só existe em português. Para nós, brasileiros, saudade chega cheia de significado e referências, assim que chega.
Mas, para mim, saudade sempre foi um sentimento muito difícil de reconhecer. Para sentir saudade é preciso estar presente. Eu sou daquele time de pessoas que estão sempre no futuro.
Voltar ao presente é uma afirmativa que tenho sempre que relembrar. Criar gatilhos, processos, alarmes. Sintonizar na rádio Lucas do agora é sempre um desafio.
Por isso, sentir saudade é tão confuso por aqui. Ora, como dá para lembrar do passado e sentir saudade, se eu estou sempre planejando, tentando criar, absorvendo?
Tendemos a achar que pessoas planejadoras são pessoas focadas, determinadas, pessoas que, de alguma forma, vão alcançar o "sucesso". Entretanto, o desafio, as respostas, a leveza, a harmonia, a mudança — essas estão sempre no presente.
Esse é o desafio diário, e trago hoje o meu lembrete para vocês.
⛰️ Vivendo no futuro
Olhamos os acontecimentos sempre com a cabeça no seguinte: Qual a próxima reunião? A próxima tarefa? A próxima meta. É como se o presente fosse apenas um degrau para algo mais importante.
Nessa, a vida escapa por entre os dedos.
A febre do Mindfullness - hoje menos em alta - por exemplo, não é, somente, mais uma das modas passageiras, mais um daqueles conhecimentos que um vídeo rápido da internet diz que você “precisa” saber.
A atenção plena, é uma prática milenar, que nos lembra sobre o que estamos fazendo, sentindo, e como estamos no agora é importante, é o momento mais importante.
Tudo, de fato, parte daí.
Mas tudo, o que? Tudo que importa.
Tudo que importa agora está no presente. O detalhe maravilhoso que faz a vida ser mais atrativa, bonita. O cheiro que nos transporta para outros planos. O movimento no cabelo de alguém que pula de alegria.
Quando Gal Costa canta:
Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga
A vida é amiga da arte, é a parte que o sol me ensinou
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou
Isso é o viver o presente.
🌊 Criando freios para viver o momento
Vivemos num ritmo que exige respostas rápidas e entregas constantes. E por isso, viver o momento exige freios intencionais. Pode ser um alarme para respirar, um tempo sem telas, uma refeição feita com calma.
O tempo não vai desacelerar por você. Mas você pode decidir não acelerar junto com tudo. Volta e meia no trabalho, eu olho ao redor e vejo todo mundo uma pilha monstruosa. Como se estivéssemos a beira de começar uma guerra.
Sou do tipo que não pede calma, mas busco transmitir. Raramente, o senso de urgência que colocamos nas coisas realmente corresponde a urgência real.
Criar rituais simples que nos tragam de volta para o agora é uma forma prática de lembrar: estar presente é um ato de autocuidado. E também uma escolha.
⏳ Abrir espaços para viver precisa ser intencional
O essencialismo nos convida a perguntar: o que realmente importa agora?
E essa pergunta só pode ser respondida quando estamos presentes.
Estar no momento não é um luxo ou uma técnica para parecer mais produtivo, é uma forma de viver com mais leveza, consciência e verdade. Porque o que é essencial raramente grita. Ele se revela no silêncio, no espaço, na presença.
💪🏽 Desafio prático da semana
Escolha um momento por dia para estar 100% presente. Pode ser na hora do café, durante uma caminhada, ou ao lavar a louça.
Durante esses minutos, silencie o celular, observe sua respiração, perceba os sons, os cheiros, os movimentos. Apenas esteja.
Ao final da semana, escreva em poucas palavras como se sentiu.
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Prazer em comhece-lo Lucas.
Grata por compartilhar seu texto
Adorei!